Todos os praticantes de atividade física e de esportes em geral, e até mesmos os indivíduos sedentários já passaram alguma vez na vida por um episódio de dor muscular tardia. A Dor Muscular Tardia é caracterizada pela sensação de desconforto e/ou dor na musculatura esquelética que ocorre algumas horas após a prática da atividade física. A dor não se manifesta até, aproximadamente, oito horas após o exercício, aumentando progressivamente de intensidade nas primeiras 24 horas e alcançando o máximo de intensidade entre 24 e 72 horas. (Tricoli, 2001) Após esse período há um declínio progressivo da dor, de modo que de 5 a 7 dias após a carga de exercício ele desaparece completamente (TRICOLI, 2001; FOSCHINI, PRESTES, CHARRO, 2007), ela é relatada principalmente por praticantes iniciantes de treinamento de força. (FOSCHINI, PRESTES, CHARRO, 2007) Para que ocorra a DMT a intensidade da atividade física é mais importante do que sua duração.
Existem diversas teorias sobre os possíveis mecanismos do surgimento da DMT. Como por exemplo, retenção de líquidos nos tecidos ao redor das fibras musculares e alteração na concentração de cálcio intracelular. (Guedes, 2005), porém atualmente a mais estudada é a de que ocorrem microlesões nas miofibrilas seguida de inflamação resultando na dor. (NASCIMENTO et al, 2007) Os músculos lesionados têm como característica ficarem rígidos e sensíveis ao toque, a amplitude de movimento é reduzida, a capacidade de gerar força não é reduzida porem o aspecto psicológico da dor faz com que o individuo não consiga alcançar seu desempenho maximo. (NASCIMENTO et al, 2007).
Um estudo foi realizado com um grupo de 10 mulheres, no qual elas teriam que realizar uma seqüência de 300 contrações excêntricas (10 vezes de 30 repetições) envolvendo o quadríceps femoral. Tal exercício expôs às mulheres a dor muscular progressivo, atingindo o pico de DMT após 24 horas e um número expressivo de glóbulos brancos foi encontrado no grupo muscular exercitado, sugerindo uma inflamação aguda (TRICOLI, 2001).
Varias formas de tratamento já foram estudadas: a massagem, os alongamentos passivos e estáticos, acupuntura, e até mesmo o uso de antiinflamatórios. Nenhum desses teve sua eficiência comprovada. Alguns estudos apontam a crioterapia (tratamento com gelo) como uma nova estratégia para reduzir a DMT, uma modalidade de tratamento interessante e de fácil acesso na abordagem da inflamação gerada pelas microlesões musculares induzidas pelo exercício. O propósito da crioterapia é reduzir o processo inflamatório, o edema (inchaço), a formação de hematoma e também reduzir a dor. (LAURINO, 2010)
Alguns autores sugerem que o exercício é a melhor terapia a ser utilizada no tratamento da DMT, seja reduzindo a intensidade e duração por 1 ou 2 dias ou alterando exercícios que visem outros grupos musculares menos afetados. (NASCIMENTO et al, 2007), entre todos os tratamentos este parece ser o mais recomendável, sendo sugerido para que não ocorra a perda do ritmo de treino, e ao mesmo tempo possa ocorrer a recuperação dos músculos afetados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOSCHINI, D; PRESTES, J; CHARRO, M. A. Relação entre exercício físico, dano muscular e dor muscular de inicio tardio. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, São Paulo, 2007.
GUEDES, S. Dor Muscular Tardia. Belo Horizonte, 2005.
LAURINO, C. F. S. Efeitos da Crioterapia na dor muscular tardia. Núcleo de Estudos e Esportes em Ortopedia. Disponível em <http://www.neo.org.br/publico/inicio.php?do=busca>. Acesso em 30 de Abril de 2011.
NASCIMENTO, C. R. V et al. Dor Muscular Tardia: Etiologia e Tratamento. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.1, n.2, p 90-99, Mar/Abr 2007.
TRICOLI, v. Mecanismos envolvidos na etiologia da dor muscular tardia. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília v. 9 n. 2 p. abr/2001.
Profª Cristiane dos Santos
CREF 090370-G/SP
CREF 090370-G/SP
Professora de Educação Física, formada pela Universidade Santa Cecilia.
Email: cristiane.santos08@gmail.com
Obrigado pelo comentário no meu blog, gente!
ResponderExcluirBem legal o blog de vocês, e o texto é bem escrito... "Estilo" bem científico! GOSTEI!
Abraços!