Plasma rico em plaquetas é o resultado de uma técnica terapêutica envolvendo a centrifugação de uma amostra autóloga de sangue humano, o que permite a extração de parte do plasma que contém uma elevada concentração de plaquetas (CREANEY e HAMILTON, 2007). Na prática clínica, o PRP pode concentrar até 388% de fatores de crescimento plaquetário acima dos valores encontrados no plasma normal (CAMARGO et al., 2012).
Desenvolvido pela primeira vez em meados da década de 1990 em cirurgia maxilo-facial, a técnica do plasma resultante de concentrado em plaquetas e os fatores de crescimento é agora amplamente utilizados em alguns campos da medicina e é considerado como grande potência (HAMILTON et al., 2010).
O uso do PRP é defendido por diversos autores por acreditarem que ele pode estimular a miogênese, atenuar a inflamação e acelerar a recuperação dos pacientes submetidos à sua utilização, principalmente quando se trata de atletas que precisam de um rápido retorno às suas atividades. Para Sampson, Gerhardt e Mandelbaum (2008) as plaquetas também liberam muitas proteínas bioativas responsáveis pelos macrófagos atraindo, células tronco mesenquimais e osteoblastos o que não apenas promove a remoção de tecido necrótico, mas também melhora a regeneração dos tecidos e a reabilitação.
Esses fatores de crescimento desempenham papéis fundamentais no tendão, músculo, ligamento, cartilagem e cicatrização óssea por angiogênese estimulante, epitelização, diferenciação de células – replicação e proliferação da formação de matriz extracelular (MEI-DAN, MANN e MAFFULLI, 2010). Como o PRP é uma preparação autógena, não há risco de contaminação, inclusive de infecções no local operatório, desde que, durante a manipulação, sejam utilizados materiais esterilizados e técnicas cuidadosas (ANDRADE, DANTAS e SADIGURSKI, 2007).
Segundo Engebretsen e Steffen (2010) o uso do PRP na cicatrização e regeneração tecidual pode abrir uma nova área na medicina regenerativa, mas também que existe a necessidade de trabalhos para a compreensão do mecanismo de ação do PRP no processo de regeneração e reparação de um tecido. No presente há pouco apoio científico para o uso de PRP para a recuperação músculo esqueléticas. Isso proporciona desafios para os pesquisadores que esperam utilizar esta tecnologia para tratar lesões esportiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, M. G. S. et al. Efeitos biológicos do plasma rico em plaquetas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v.6, n.2, p. 204-213, 2007
CREANEY, L. et al. Growth factor delivery methods in the management of sports injuries: the state of play. Br J Sports Med 2008; 42(5):314–320.
ENGEBRETSEN, L; STEFFEN, K. To PRP or not? Br J Sports Med. Dec 2010 Vol 44 No 15.
HAMILTON, B. Platelet enriched plasma for acute muscle injury. Acta Orthop. Belg., 2010, 76, 443-448
SAMPSON, S. et al. Platelet rich plasma injection grafts for musculoskeletal injuries: a review. Curr Rev Musculoskelet Med (2008) 1:165–174.
MEI-DAN, O. et al. Platelet-rich plasma: any substance into it? Br J Sports Med. 2010 Jul;44(9):618-9. Epub 2010 Feb 4.
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Profº Carlos André Barros de Souza
CREF 081728-G/SP
Professor de Educação Física (FEFIS)
Graduando em Fisioterapia (UNILUS)
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício aplicado à clinica (UNIFESP)
Email: c.andrefisio@yahoo.com.br