O sono consome cerca de 1/3 de nossas vidas, um adulto dorme em média 7/8 horas por dia, um bebê 16 horas por dia e o adolescentes 9 horas por dia. No envelhecimento o sono se torna mais leve e em períodos mais curtos.
Estudos feitos associando a pratica de atividade física com o sono afirmam que o exercício físico regular contribui para a qualidade de vida, proporcionando aos praticantes a melhoria das capacidades cardiorespiratorias e muscular e a melhoria da qualidade e eficiência do sono.
As causas mais comuns de prejuízo do sono são: a restrição e a sua fragmentação. A restrição do sono pode ser resultado da demanda de trabalho ou escola, responsabilidade familiar, uso de medicamentos, fatores pessoais e estilos de vida. A fragmentação resulta em um sono de quantidade e qualidade inadequadas, sendo conseqüência de condições médicas e/ou fatores ambientais que o interrompem. (Martins, P. J. F; Mello, M. T; Tufik, S, 2001)
Portanto, o exercício, ao aumentar a temperatura corporal, criaria uma condição capaz de facilitar “o disparo” do início do sono, por ativar os processos de dissipação de calor controlados pelo hipotálamo, assim como os mecanismos indutores do sono dessa mesma região. Tanto a teoria da conservação de energia como a da restauração corporal apóiam-se nos mecanismos homeostáticos reguladores do sono, visto que ambas as teorias afirmam que a duração total do episódio de sono, assim como a quantidade de sono de ondas lentas, aumenta em função do aumento do gasto energético. (Martins, P. J. F; Mello, M. T; Tufik, S, 2001)
Em alguns estudos o exercício mostrou-se capaz de reduzir a latência para o início do sono ou pelo menos não alterá-la. Recentemente, os exercícios foram usados para reverter os efeitos da cafeína, uma droga que mimetiza as alterações no padrão de sono causado pela insônia, principalmente latência de sono elevada. Pode-se observar que o exercício não foi capaz de reduzir a latência aumentada pela ingestão de cafeína. Segundo os autores, a falha em reduzir a latência para o início do sono pode ser explicada pelo fato de o exercício não ter efeito maior no sono alterado do que o observado no sono normal.
Um sono de boa qualidade é fundamental para a restauração física e mental. No caso dos exercícios, entretanto, existe uma relação em forma de “U” invertido entre a fadiga induzida pelo exercício e a qualidade do sono.
Portanto, é possível dizer que o exercício em demasia, assim como um sono de má qualidade (quer seja por perturbação pelo exercício, quer seja por outros distúrbios), pode prejudicar o rendimento durante os treinamentos ou mesmo durante provas importantes.
Conhecer melhor o padrão de sono pode ser uma referência importante para se alcançar um melhor desempenho na realização de exercícios, bem como para inferir o nível de estresse do treinamento, uma vez que alterações nestes padrões podem decorrer de um treinamento excessivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ackel, C. R. Sono e Exercício. Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício, UNIFESP. 2005.
Martins, P. J. F; Mello, M. T; Tufik, S. Exercício e Sono. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2001.
Profª Cristiane dos Santos
CREF 090370-G/SP
Professora de Educação Física, formada pela Universidade Santa Cecilia.
Email: cristiane.santos08@gmail.com