sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O PLASMA RICO EM PLAQUETAS NO ESPORTE


Plasma rico em plaquetas é o resultado de uma técnica terapêutica envolvendo a centrifugação de uma amostra autóloga de sangue humano, o que permite a extração de parte do plasma que contém uma elevada concentração de plaquetas (CREANEY e HAMILTON, 2007). Na prática clínica, o PRP pode concentrar até 388% de fatores de crescimento plaquetário acima dos valores encontrados no plasma normal (CAMARGO et al., 2012).
Desenvolvido pela primeira vez em meados da década de 1990 em cirurgia maxilo-facial, a técnica do plasma resultante de concentrado em plaquetas e os fatores de crescimento é agora amplamente utilizados em alguns campos da medicina e é considerado como grande potência (HAMILTON et al., 2010).
O uso do PRP é defendido por diversos autores por acreditarem que ele pode estimular a miogênese, atenuar a inflamação e acelerar a recuperação dos pacientes submetidos à sua utilização, principalmente quando se trata de atletas que precisam de um rápido retorno às suas atividades. Para Sampson, Gerhardt e Mandelbaum (2008) as plaquetas também liberam muitas proteínas bioativas responsáveis pelos macrófagos atraindo, células tronco mesenquimais e osteoblastos o que não apenas promove a remoção de tecido necrótico, mas também melhora a regeneração dos tecidos e a reabilitação.
Esses fatores de crescimento desempenham papéis fundamentais no tendão, músculo, ligamento, cartilagem e cicatrização óssea por angiogênese estimulante, epitelização, diferenciação de células – replicação e proliferação da formação de matriz extracelular (MEI-DAN, MANN e MAFFULLI, 2010). Como o PRP é uma preparação autógena, não há risco de contaminação, inclusive de infecções no local operatório, desde que, durante a manipulação, sejam utilizados materiais esterilizados e técnicas cuidadosas (ANDRADE, DANTAS e SADIGURSKI, 2007).
Segundo Engebretsen e Steffen (2010) o uso do PRP na cicatrização e regeneração tecidual pode abrir uma nova área na medicina regenerativa, mas também que existe a necessidade de trabalhos para a compreensão do mecanismo de ação do PRP no processo de regeneração e reparação de um tecido. No presente há pouco apoio científico para o uso de PRP para a recuperação músculo esqueléticas. Isso proporciona desafios para os pesquisadores que esperam utilizar esta tecnologia para tratar lesões esportiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, M. G. S. et al. Efeitos biológicos do plasma rico em plaquetas. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v.6, n.2, p. 204-213, 2007

CREANEY, L. et al. Growth factor delivery methods in the management of sports injuries: the state of play. Br J Sports Med 2008; 42(5):314–320.

ENGEBRETSEN, L; STEFFEN, K. To PRP or not? Br J Sports Med. Dec 2010 Vol 44 No 15.

HAMILTON, B. Platelet enriched plasma for acute muscle injury. Acta Orthop. Belg., 2010, 76, 443-448

SAMPSON, S. et al. Platelet rich plasma injection grafts for musculoskeletal injuries: a review. Curr Rev Musculoskelet Med (2008) 1:165–174.

MEI-DAN, O. et al. Platelet-rich plasma: any substance into it? Br J Sports Med. 2010 Jul;44(9):618-9. Epub 2010 Feb 4.



Profº Carlos André Barros de Souza
CREF 081728-G/SP
Professor de Educação Física (FEFIS)
Graduando em Fisioterapia (UNILUS)

Pós Graduando em Fisiologia do Exercício aplicado à clinica (UNIFESP)
Email: c.andrefisio@yahoo.com.br

sábado, 3 de novembro de 2012

PRINCIPAIS LESÕES EM CORREDORES DE RUA




A corrida de rua é uma das modalidades que mais vem crescendo no Brasil e no mundo, principalmente motivada por pessoas que buscam os benefícios para a saúde com a pratica regular de exercício físico, numa atividade de baixo custo e fácil execução. A federação Internacional das Associações de Atletismos (IAAF) define as corridas de rua como provas de pedestrianismo disputadas em circuitos de rua com distâncias oficiais variando de 5km a 100km (MACHADO, 2011). Apesar de todos os efeitos benéficos da pratica de corrida, tem-se observado uma elevada incidência de lesões no aparelho locomotor, sobretudo em membros inferiores (PILEGGI et al., 2010). 
De acordo com BENNELL e CROSSLEY (1996), a realização de exercícios de maneira exaustiva, sem orientação ou de forma inadequada, pode contribuir para o aumento de lesões esportivas e estas estão ligadas a fatores intrínsecos e extrínsecos, lesões intrínsecas são decorrentes de características biológicas, individuais e psicossociais e lesões extrínsecas são decorrentes do meio ambiente e de fatores externos (COHEN e ABDALLA, 2003). 
 PILEGGI et al. (2010), em um estudo com duração de 12 meses realizado com 18 corredores (13 homens e cinco mulheres), 9 corredores (50%) apresentaram 22 lesões osteomioarticulares. Dentre os nove corredores lesionados, quatro deles apresentaram três ou mais lesões. No estudo de HINO et al. (2008), onde os autores analisaram a prevalencia de lesoes esportivas e os fatores associados em 295 corredores de rua, sendo 77,3% homens e observaram que a prevalencia de lesões nos ultimos seis meses foi maior em homens com 29,8% enquanto as mulheres foram de 23,9%, a incidencia maior foi entre 30 e 45 anos. 
 De acordo com PAZIN et al. (2008), o esporte competitivo não é sinônimo de saúde devido a uma série de eventos como: lesões, estresse excessivo, risco de morte súbita, que geralmente são resultantes, dentre outros fatores, de cargas excessivas de treinamento. Mas é necessário estabelecer o que pode ser seguro e o que passa a representar maior risco de lesões decorrentes da prática da corrida de rua, portanto, há uma grande necessidade que essa população receba orientações multidisciplinares adequadas para prevenir possíveis lesões. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BENNELL K. J; CROSSLEY K. Musculoskeletal injuries in track and field: incidence, distribution and riskfactors. Australian Journal of Science and Medicine in Sport. p. 69-75. 1996. 

COHEN, M; ABDALLA, R. J. Lesões nos Esportes: diagnostico, prevenção, tratamento. 1 ed. Rio de Janeiro: v. 1, p. 60-67. Revinter, 2003, 

MACHADO, A. F. Corrida: Bases científicas do treinamento. 1ª ed. 406 p. Ícone Editora. São Paulo. 2011. 

PAZIN, J et al. Corredores de rua: Características demográficas, treinamento E prevalência de lesões. Revista Brasileira DE Cineantropometria E Desempenho Humano. p. 277-282. 2008. 

PILEGGI, P. et al. Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v. 24, n. 4, p.453-462, out/dez. 2010.



Profº Carlos André Barros de Souza
CREF 081728-G/SP
Professor de Educação Física (FEFIS)
Graduando em Fisioterapia (UNILUS)

Pós Graduando em Fisiologia do Exercício aplicado à clinica (UNIFESP)
Email: c.andrefisio@yahoo.com.br