terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE LESÕES NA MUSCULAÇÃO.


Observa-se nos últimos anos um crescimento do número de pessoas que praticam exercícios físicos recreativos ou de alto rendimento. Nesse sentido tem-se observado também um aumento de lesões. A musculação quando comparada com outras práticas esportivas, apresenta menor incidência de lesões.
As lesões podem ocorrer de vários modos. Um deles é o trauma direto, como uma pancada com um objeto, causando uma contusão (escoriação) ou uma laceração. Outro meio é decorrente esforço causado pelo uso excessivo de uma ou mais estrutura ou por um único episódio violento, como uma força de estiramento súbito aplicada sobre um músculo que está executando uma contração vigorosa, quando a força aplicada é mais forte que a capacidade da estrutura resistir à ruptura (Ibrahim et al, 2009 apud Schwarzegger, 2001).
A aplicação inadequada de um programa de treinamento como: volume, intensidade, freqüência, levando a um incremento muito rápido no volume total do treino, pode ocasionar o surgimento de lesões. Outro erro comum de treino é não ter um tempo adequado de descanso e não respeitar a periodização necessária.
Segundo Konda, 2010 (apud Fleck e Simão, 2008) relatam dores lombares e incômodos na articulação do ombro como sendo as queixas mais comuns na sala de musculação.
As dores lombares são comuns em praticantes de musculação e na população em geral. Nos adeptos da musculação, entre as causas mais comuns estão a lombalgia por contratura de musculatura paravertebral, o processo inflamatório no disco - discite -, que é gerado por movimentos repetidos em flexão e rotação, a artrite na articulação sacroilíaca e a fratura por estresse (Pinto e Lima, 2010).
Normalmente, o segmento L5 - S1 é o local mais comum de problemas na coluna vertebral porque esse nível sustenta mais peso em relação a outros. Portanto, é fundamental o fortalecimento da musculatura paravertebral e abdominal para manter uma postura adequada. Konda (2010) ressalta que exercícios de flexibilidade, principalmente para a região lombar e cadeia posterior de coxa é associada à diminuição da incidência de dores lombares agudas e crônicas, uma vez que a redução da amplitude leva a uma rigidez articular e limitação do movimento, impossibilitando exercícios físicos sem dor.
A queixa de dores na região do ombro também é muito comum entre os praticantes de musculação.
O ombro é um complexo articular de grande mobilidade em razão de sua pequena congruência com as superfícies articulares e, para manter a estabilidade, depende de ligamentos e músculos. Conseqüentemente, está mais suscetível à lesão (Evangelista, 2011). Os responsáveis pela estabilização estática do ombro são os ligamentos capsulares, os componentes articulares, a pressão intra-articular negativa e o lábio da glenóide. Os principais ligamentos dessa articulação são os glenoumerais superior, médio e inferior. Já a estabilidade dinâmica é proporcionada primariamente pelos músculos do manguito rotador, supraespinhal, infraespinhal, subescapular, redondo menor; tendão da cabeça longa do bíceps e deltóide; e secundariamente, pelos músculos redondo maior, grande dorsal e peitoral maior.
Segundo Pinto e Lima (2010) atletas que apresentam a musculatura do ombro desproporcionalmente fortalecida ou fadigada, o acrômio com ângulo mais acentuado e praticante de modalidades esportivas que impliquem arremessos e braçadas está mais predisposto a desenvolver lesões.
Uma forma de prevenção é incluir exercícios específicos de rotação lateral e medial de ombro a 90° de abdução.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EVANGELISTA, A. Reabilitação Acelerada. Mitos e Verdades. – Ed. Phorte. São Paulo. 2011.

IBRAHIM, F. R. D. et al. Incidência de lesões osteomioarticulares em atletas fisiculturistas. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício – Vol. 8 n.3 – Jul/Set 2009.

PINTO, A. L. S; LIMA, F. R. Lesões do aparelho locomotor em atletas. In: Negrão CE, Barreto ACP (editores). Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 3ª ed. São Paulo: Manole; 2010.

TEIXEIRA, C.V.L.S.; GUEDES JR. D.P. Musculação: perguntas e respostas: as 50 duvidas mais freqüentes nas academias. São Paulo: Phorte Editora, 2010.


Profº Carlos André Barros de Souza
CREF 081728-G/SP

Professor de Educação Física (FEFIS)
Graduando em Fisioterapia (UNILUS)
Email: c.andrefisio@yahoo.com.br

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ATIVIDADE FÍSICA EM DIFERENTES FASES DA VIDA - CRIANÇA, ADOLESCENTE E IDOSO



Hoje o Blog Corpo em Movimento completa 1 ano, e o tema escolhido para esta data tão especial não poderia ser outro, a “Atividade Física em diferentes fases da vida - Criança, Adolescente e Idoso”.
Resolvi falar dos benefícios que a pratica da atividade física proporciona às diferentes faixas etárias para que possam perceber a importância de tal em nossas vidas.
A atividade física é definida como “um conjunto de ações que um individuo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, alem de atividade mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios a saúde. (Baiense, 2005)
A prática de atividade física desde a infância contribui em diversos aspectos, além de melhorar o perfil lipídico, o metabólico e reduzir a prevalência de obesidade torna-se maior a possibilidade desta criança se tornar um adulto ativo.
Vários estudos destacam que hábitos de atividade física, incorporados na infância e adolescência possivelmente possam transferir-se para idades adultas (GUEDES et al., 2006).
Quando trabalha-se a atividade física com crianças deve-se considerar processos como crescimento, desenvolvimento e estado maturacional, além dos aspectos nutricionais e fisiológicos. Segundo Souza et al (2009), o treinamento de força se bem orientado e supervisionado pode ter um valor notável na saúde e no desenvolvimento da criança, como por exemplo no aumento da força e da resistência muscular, melhora a auto-estima, melhora as habilidades motoras entre outros benefícios. Brincadeiras ao ar livre fazem parte deste programa de treinamento também, o próprio peso do corpo da criança é utilizado neste caso.
Na fase da adolescência a atividade física auxilia no desenvolvimento e na redução dos riscos de futuras doenças, além de exercer importantes efeitos psicossociais.
Segundo Mello e Tufik (2004), o aumento da incidência de diagnósticos de depressão em crianças e adolescentes vem sendo descrito na literatura internacional como três vezes mais freqüente nesta faixa etária quando comparados com adultos.
Na adolescência os transtornos de humor são caracterizados por condutas, como: diminuição das atividades diárias, negativismo, comportamento anti-social, perda da auto-estima, ansiedade e déficits cognitivos. (Biazussi, 2008)
A atividade física intensa, principalmente quando envolve impacto, favorece um aumento da massa óssea na adolescência e poderá reduzir o risco de aparecimento de osteoporose em idades mais avançadas, principalmente em mulheres pós-menopausa. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE, 1998)
Segundo Ballarin (2007) A prática esportiva saudável contribui para regular o sono e diminuir a ansiedade, promove o aumento do gasto energético, maior coordenação motora, melhora da capacidade respiratória, diminuição do estresse e redução do risco de doenças (hipertensão, obesidade, diabetes), mas nunca se esquecendo que o exercício físico deve ser acompanhado de uma nutrição adequada para cada tipo físico. Brownell (1995) afirma que, além dos benefícios fisiológicos, o exercício físico gera efeitos psicológicos positivos, tais como melhora do humor, redução do estresse, aumento da auto-estima devido à melhora da auto-eficiência e esquemas cognitivos que favorecem o raciocínio otimista.
A idade adulta se dá após do final da adolescência (por volta dos 20 anos de idade), quando ocorrem grandes e rápidas transformações de ordem física, cognitiva e afetiva; (sob o ponto de vista legal e psicológico), o adulto precisa de atividade física para manter-se ativo; para viver plenamente e exercer suas funções com eficiência.
Chegando a 3ª idade os beneficios alcançados pela pratica de exercicio são consideraveis visando sempre o melhoramento da flexibilidade, força, coordenação e velocidade, elevação dos níveis de resistência, para um melhor rendimento pessoal na realização de atividades cotidianas.
Segundo Otto (1987), o idoso tem perda de até 5% da capacidade física a cada 10 anos e pode recuperar 10% através de atividades físicas adequadas.
Uma das principais causas de acidentes com idosos é a queda que geralmente acontece por desequilíbrio, fraqueza muscular, entre outros. O exercício contribui na prevenção das quedas através do fortalecimento dos músculos das pernas e costas; melhora a velocidade, melhora a flexibilidade, melhora a mobilidade.
Estudos mostram que a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais.
A Prática de atividade física em qualquer fase da vida é muito importante em cada qual por seus diferentes motivos mas sempre com o ideal de promover uma melhor qualidade de vida.
EXERCITE-SE!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANTES, A. C. A Educação Física na Idade Adulta – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo FEUSP

BAIENSE, A. F. A importância da Atividade Física. 28/jul/2005 disponível em: www.cref7.org.br/Topicos/Materias/Materia_5.htm 

BALLARIN, G. G. Prática Esportiva na Adolescência. 2007

BIAZUSSI, R. Os Benefícios da Atividade Física aos Adolescentes. Artigo de Iniciação Cientifica. Instituto de Biociências, UNESP. Rio Claro, SP.2008.

BROWNELL, K. D.Exercise and obesity treatment: psychological aspects. Int. J. Obes. 1995.

GUEDES, D.P. et al. Níveis de prática de atividade física habitual em adolescentes. Revista Brasileira de Medicina Esportiva. v. 7, n. 6, - nov./dez. 2006.

MELLO, M. T; TUFIK, S. Atividade física, exercício físico e aspectos psicobiológicos. Editora Guanabarra. p. 51-57, 2004

OTTO, E. Exercícios físicos para a terceira idade. São Paulo. Manole, 1987. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE. Posicionamento Oficial - Atividade Física e saúde na infância e adolescência. Rev. Bras. Med. Esporte. v.4, n.4, Jul/Ago, 1998. 

SOUZA, C. A. B et al. Treinamento de força para pré-adolescentes. 2009. Monografia (Graduação em Educação Física) Faculdade de Educação Física de Santos, FEFIS – UNIMES, Santos, 2009.

VIEIRA, V. C. R. et al. A atividade física na adolescência. Adolesc. Latinoam. v.3 n.1 Porto Alegre ago. 2002.


Profª Cristiane dos Santos
CREF 090370-G/SP
Professora de Educação Física, formada pela Universidade Santa Cecilia.
Email: cristiane.santos08@gmail.com